Horários escalonados no comércio central

FONTE: JORNAL A CRÍTICA

Mesmo com os horários para abertura do comércio definidos em decreto governamental, o qual passou a valer desde ontem, grande parte dos comerciantes da área central de Manaus desconhecem as novas medidas que tem por objetivo reduzir aglomerações em transporte público coletivo e terminais de integração em meio a pandemia do novo coronavírus.

O decreto n° 42.526, publicado no Diário Oficial do último dia 20 de julho, determina horários escalonados para a abertura diária do comércio de rua no Centro Histórico, assim como o início das atividades da construção civil na capital. Nesse sentido, as lojas comerciais, situadas em alguns pontos da área central, devem abrir em horários específicos conforme o que foi descrito na publicação.

Um dos comerciantes que não tinha ciência da mudança era Paulo Azevedo. Ele é gerente de uma loja de vestimentas na rua Guilherme Moreira. “Nós abrimos sem pre às 8h30, mas se tiver algum decreto que determina horários de abertura, nós vamos cumprir isso. Não estava sabendo dessa norma”, destacou ele.

A respeito das medidas de segurança saúde, ele afirma que tem adotado. “Nós temos álcool em gel disponível, aqui é todo mundo de máscara e também não deixo entrar muita gente”.

Outro empresário que desco nhece a nova medida é Hanas Ayaub. Ele trabalha há cinco anos em uma loja de roupas também localizado na rua Guilherme Moreira. “Eu ouvi alguma coisa no rádio, mas não prestei atenção. Vou procurar me informar mais a respeito, mas temos feito a abertura da loja às 9 horas”, comentou.

Por conta do decreto já em vigor, as atividades de comércio de rua, no Centro Histórico de Manaus, iniciam nos seguintes horários: Das 6h às 7h, no trecho da avenida Lourenço da Silva Braga até a rua Floriano Peixoto; das 7h às 8h, no trecho da rua Floriano Peixoto até a rua Guilherme Moreira; e das 8h30 às 9h, da rua Guilherme Moreira até a rua Luiz Anthony. Já as atividades do setor da construção civil iniciam o funcionamento às 6h30.

Conforme o Governo do Amazonas, o horário de funcionamento dos estabelecimentos poderá ser revisto, com base nos indicadores técnicos relativos ao tema, ouvindo os órgãos públicos e entidades representativas dos setores específicos.

Referente a medida, o presidente, em exercício, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio), Aderson Frota, comentou que o comércio em geral está disposto a colaborar para as medidas de segurança em saúde, bem como para a adequação ao escalonamento.

“Nos entendemos quais são os objetivos, quais são as preocupações do Governo do Estado que é exatamente o de proteger as pessoas, o comércio entende a necessidade de proteção, até de manter essa proteção para que as nossas estatísticas não se alterem. O comércio entende, adere e está a disposto a
colaborar em todas as medidas protetivas a população”, destacou.

Debates com diversos setores

As medidas levam em consideração os debates ocorridos nos encontros organizados pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), nos dias 22 e 26 de junho de 2020, com a presença de representantes de órgãos públicos e dos diversos setores da economia local.

O problema da aglomeração de passageiros nos ônibus e terminais diante da retomada das atividades comerciais e serviços não essenciais foi alvo de fiscalizações e reuniões técnicas das Defensorias especializadas em Atendimentos de Interesse Coletivo e de Atendimento ao Consumidor, em parceria com órgãos do setor. A recomendação enviada ao Governo do Amazonas foi assinada pelos defensores públicos Christiano Pinheiro e Rafael Barbosa.